Nossa Tradição

Tradicionalismo

Tradicionalismo significa manter os costumes dos antepassados. Cultura também é relacionada ao aprendizado incorporado através dos tempos por um povo. As culturas demoram décadas, séculos para se legitimarem, pois são obras humanas muito difíceis de serem construídas.

O gaúcho é conhecido por manter viva suas tradições, que são cultuadas em todos os cantos do Rio Grande do Sul e em qualquer lugar do mundo onde se possa encontrar um grupo de gaúchos. Isso comprova que a tradição construída aqui no Estado é forte. O convívio nos CTGs é a marca registrada da verdadeira cultura dos pampas.

Existe, no Rio Grande do Sul, um movimento que alguns chamam de tchê music. Esta nova tendência está tentando incluir novos ritmos diferentes dos que são cultivados há gerações, alterando as danças e o jeito de se vestir nos bailes, descaracterizando até as pilchas. Aparentemente, o objetivo deste movimento é conquistar mercado no centro do país.

Ora, os grupos e os cantores mais tradicionais daqui fazem shows pelo Brasil inteiro, sem abrir mão da tradição mais pura, levando por estes pagos a cultura gaúcha nas pilchas e nas músicas que cantam. Por isso, tradição e cultura não se modificam. Quem quiser criar um novo movimento que o faça independente da cultura predominante, não se aproveitando da força do movimento tradicionalista gaúcho para incutirem novas idéias.

Felizmente, aqueles que honram as tradições repudiam essas tentativas de incluir novos ritmos e tantas outras invenções que, por certo, virão no seu rastro, que descaracterizam até a indumentária do gaúcho autêntico. Da mesma forma, que busquem um espaço próprio para divulgar este novo movimento, longe dos CTGs.

Os verdadeiros CTGs vem de gerações, sendo o lugar onde se vive e se divulga a cultura dos que amam os costumes autênticos do Rio Grande. Vamos lutar para que as novas gerações continuem levando no peito o orgulho de ter nascido neste pago, cultivando a cultura e a tradição herdada dos seus antepassados, sem modismos e outros interesses colocados acima da manutenção desses valores.

Fonte: www.guapos.com.br

Oração

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial.

Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernada se repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.

Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu.

Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do Sol: “Tomara que todo o mundo seja como irmão! Ajuda-me a perdoar as afrontar e não fazer aos outros o que não quero para mim”.

Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase sem querer, eu me solto porteira a fora… Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro… mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito!

Ajuda-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou te dizer meu Deus, mas somente para ti, que tua vontade leva a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu.

Amém.

Origem

No início, quando toda a atividade se resumia à extração do couro do gado selvagem, os habitantes do Pampa eram designados como guascas, palavra que significa tira de couro cru.

Só mais tarde, por volta de 1770, de acordo com o historiador argentino Emilio Coni, vai aparecer o termo gaudério, aplicado aos “aventureiros paulistas que deserdavam das tropas regulares para se tornarem coureadores e ladrões de gado” .

Considerado pioneiro nas pesquisas sobre o tema, Coni afirma que a expressão “gaúcho” torna-se corrente nos documentos a partir de 1790, como sinônimo de gaudério e também para designar os ladrões de gado que atuavam nos dois lados da fronteira.

O pesquisador uruguaio Fernando Assunção informa ter encontrado em 1771 uma correspondência ao governador Vertiz, de Buenos Aires, pedindo providências contra “alguns gahuchos” que andavam assaltando estâncias e roubando na região.

Uma coisa é certa: até a metade do século passado, o termo gaúcho era ainda depreciativo, “aplicado aos mestiços de espanhol e português com as índias guaranis e tapes missioneiras”. Saint Hilaire, nos seus minuciosos apontamentos de 1820, ainda menciona “esses homens sem religião nem moral, na maioria índios ou mestiços que os portugueses designavam pelo nome de Garruchos ou Gahuchos”.

Quanto á origem da palavra, há muitas divergências. Alguns autores afiram que o termo gaúcho vem do guarani. Significaria “homem que canta triste”, aludindo provavelmente à “cantinela arrastada dos minuanos”.

A maioria dos autores rio-grandenses, no entanto, aceita outra explicação: seria uma corruptela da palavra Huagchu, de origem quêchua, traduzida por guacho, que significa órfão e designaria os filhos de índia com branco português ou espanhol, “registrados nos livros de batismo dos curas missioneiros simplesmente como filho de fulano com uma china das Missões”, de acordo com Augusto Meyer.

Fonte: História Ilustrada do Rio Grande do Sul | CEEE